Vela em Angola. Saber do passado, entender o Presente ver o Futuro
Ao publicar esta "Mukanda" a mim entregue por Domingos Borralho há cerca de 1 ano escrita a partir de muitas lembranças de antigos velejadores que cruzaram a nossa Baía de Luanda.
Possivelmente alguns já navegando nesta época no mar da eternidade.
Não tem nomes de escritores nós os reconhecemos.
Em nome deles e dos que agora cumprem esta missão de continuar , e aos vindouros. O nosso Obrigado e fraternal abraço de homens de Mar.
CV
Prefácio
Tudo começou com algumas fotografias antigas.
A conquista de uma posição cimeira a nível nacional e internacional no isolamento que Angola estava, longe de todos os centros de vela, foi um trabalho árduo, penoso e moroso, cuja história não pode perder-se, nem os pioneiros ficarem no esquecimento. Daí termo-nos lançado neste projecto que não podia ser de um, pois baseia-se na memória colectiva. Este trabalho é de todos aqueles que deram a sua contribuição no desenvolvimento da vela em Angola.
O projecto é dinâmico, por isso está numa mutação contínua, não tendo fim.
1º capitulo
A vela ligeira foi praticada em Luanda, com toda a certeza, desde que os portugueses se estabeleceram naquele local. Contudo, a vela ligeira de competição organizada, parece-nos, que só começou a ser praticada a partir da abertura do centro de vela da Mocidade Portuguesa, na década de quarenta.
Antes de surgir o Centro de Vela da Mocidade Portuguesa, na Ilha do Cabo faziam-se regatas entre as embarcações ligeiras “Sirius”, “Pelicano” e “Pinguim”, onde se destacava o Comandante Monteiro e os seus filhos Ricardo e Norberto. Houve também um Star de Manuel Rodrigues que velejava com os seus filhos Orlando e José Miguel.
Não podemos de modo algum dizer que esse foi o embrião da vela ligeira em Luanda, pois estava circunscrita a familiares e amigos próximos, e não à sociedade civil, como mais tarde veio a acontecer com o Centro de Vela da Mocidade Portuguesa e com os clubes.
Nos finais da tarde, quando havia actividade da vela, os moradores da cidade ocorriam às “Portas do Mar” para ver o espectáculo das embarcações a evoluírem, manobradas pelos jovens praticantes que faziam gala em mostrar a sua técnica de marear. Naquela altura as embarcações eram todas da classe “Sharpie de nove metros”.
Não temos de memória quais os primeiros velejadores daquele centro da Mocidade Portuguesa, mas lembramo-nos de alguns como o Fernando Marques da Costa, assíduo nos primeiros lugares das regatas, Mira Godinho, Fernando Batalha Marques da Silva, Ricardo Monteiro, Norberto Monteiro, Nuno Torre do Vale, Rui Lobato Pereira, e tantos outros que nos perdoem por os não mencionar.
Alguns anos depois surgiram no Clube Desportivo Nun´Alvares dois Snipes, e dessa época recordamo-nos dos irmãos Eduardo e Jaime Avelino da Silva. Não nos podemos esquecer do Fernando Lagrifa, que cremos, adquiriu também um Snipe. E já que estamos em tempo de recordações dos primeiros praticantes da vela competitiva de Luanda, porque não mencionamos também o Jaime Sampaio Nunes, sempre pronto a impulsionar a competição dos desportos aquáticos.
A vela tem uma grande predominância no lazer, e nesse sector recordamos Coriel de Freitas que nas instalações do Nun´Alvares e naquela época, transformou uma baleeira ou similar numa pequena embarcação de cruzeiro com gurupés, mastro grande e catita, a que deu o nome de “Procelária”. Os velejadores daquele tempo recordam com saudade aquela embarcação.
2º capitulo
A vela ligeira competitiva estava praticamente enfeudada na Mocidade Portuguesa com a sua actividade local e deslocações esporádicas à Metrópole e Moçambique. Os clubes náuticos de então como o Clube Desportivo Nun´Alvares e o Clube Naval, não tinham vela competitiva, limitando-se os sócios do primeiro a utilizar os Snipes para os seus passeios. Quem chegasse primeiro tinha o privilégio duma manhã ou tarde agradável a velejar.
No inicio dos anos cinquenta, Fernando Belo, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres, em 1948 na classe “Swallow”, foi residir para Luanda e deu-se ao trabalho de tirar do marasmo a vela competitiva ligeira da nossa Cidade.
O centro de vela da Mocidade Portuguesa tinha já uns cinco Snipes, além dos Sharpies de 9, o Nun´Alvares os dois velhos Snipes, o Clube Naval com um Snipe do sócio António Avelino e o Ferroviário um Snipe. Faltava a organização do quadro competitivo com a prática constante de regatas e embarcações para representarem os clubes. Fernando Belo adquiriu um Snipe e convenceu Waldemar d´Orey e o americano Post a adquirir cada um o seu barco, bem como a recuperação dos Snipes existentes e que se encontravam em mau estado. Assim o Nun´Alvares passou a ter uma frota para competir contra as boas embarcações que a Mocidade Portuguesa tinha, manobradas pelos jovens e aguerridos velejadores de excelente qualidade que despontavam, geração essa que levou a vela de Luanda a alcandorar-se no panorama internacional, com bons resultados. Pena é que não tivessem sido aproveitados como deviam, dado o total isolamento em que se encontravam dos grandes centros internacionais.
De tantos jovens promissores daquela época vou só destacar aqueles que perseverantemente insistiram ou tiveram oportunidade para isso, até chegarem a vencer os campeonatos nacionais. Orlando Sena Rodrigues, José Sena Rodrigues, Luís Vasconcelos, Adriano Silva, Américo Moniz, João Roquette, José Nogueira, José Roquette, António Avelino, Leote Roquette, Carlos Morais, Léo Sanches, Fernando Sancho, Delfim Abreu, …
Antes do Fernando Belo passar a residir em Luanda, isto no final da década de quarenta, deu-se inicio à disputa dos troféus “Diamang” entre o Clube Desportivo Nun´Alvares e o Lobito Sport Clube, em natação, remo e vela. Quem ganhasse durante determinados anos, ficaria definitivamente com a posse das taças, o Nun´Alvares venceu em vela todos os anos. Não sabemos se as regatas foram sempre com a mesma classe, mas temos a certeza que os dois últimos anos foram disputados em Sharpie de 9. Para isso o clube de Luanda adquiriu uma embarcação em segunda mão, mas em muito bom estado, ao D. António de Herédia.
Os velejadores que inscreveram o seu nome naquelas vitórias foram o Marques da Costa, Fernando Belo e Orlando Sena Rodrigues.
Fernando Belo deixou Luanda, mas o seu esforço não foi em vão, pois deu-se continuidade ao calendário de regatas rígido que nos legou.
Vieram mais embarcações da classe Snipe para os clubes, oferecidos pelo Almirante Tenreiro, e começaram a surgir mais barcos adquiridos por particulares.
Apareceram então as velas de tecido sintético. De inicio em terylene e posteriormente de dacron. Foi então que sonhamos alto e adquirimos velas dos melhores fabricantes do mundo. Foi o adeus às velas de algodão e de toda a sabedoria para moldar umas velas novas ao saco que pretendíamos e sua colocação.
O nível técnico e táctico dos velejadores foi-se apurando. Contudo, a vela em Angola continuava geograficamente prisioneira.
3º capitulo
Em 1960 realizaram-se os primeiros jogos Luso-Brasileiros. A vela foi disputada na baía de Cascais em Snipes e Finn.
De Luanda e em Snipes deslocaram-se as tripulações constituídas por Orlando Sena Rodrigues/ Adriano Silva, Luís Vasconcelos/ José Nogueira e António Avelino/ Carlos Alberto Morais.
Foi a internacionalização da vela de Angola. Pela primeira vez os velejadores de Luanda foram disputar regatas contra os melhores estrangeiros. Uma tripulação brasileira no ano seguinte e por mais duas vezes foram campeões do mundo da Classe Snipe, os irmãos gémeos Axel e Eric Schmidt.
Desde a primeira regata até à penúltima, Sena Rodrigues/ Adriano Silva colocaram-se no primeiro lugar da classificação. Nessa fatídica penúltima regata disputada com nortada muito forte e quando já lideravam a prova viraram-se e foi o adeus ao sonho de vencer a série.
A classe das nossas tripulações foi por demais evidente, e no panorama nacional passamos a ser vistos com outros olhos a partir daqueles Jogos Luso-Brasileiros. Mesmo sem sermos campeões nacionais fomos indigitados para representar Portugal no campeonato do mundo que se realizou em New York, em 1961. Só não fomos por falta de disponibilidade financeira. Ou deslocava-se uma tripulação ao Mundial ou duas tripulações ao Campeonato Nacional. Optamos pela segunda hipótese.
Assim, naquele ano, deslocaram-se ao campeonato nacional que se realizou no Tejo, as tripulações Orlando Sena Rodrigues/ Adriano Silva e Luís Vasconcelos/ José Nogueira que se classificaram, respectivamente, em primeiro e quinto lugares.
Era a consagração da vela de Angola. Éramos campeões nacionais. A dupla Orlando Sena Rodrigues/ Adriano Silva manteve o título até 1966, inclusivé.
Em 1961, participamos logo a seguir ao campeonato nacional, na segunda prova internacional. Disputamos a Taça das Nações na represa de S. Juan, próximo de Madrid. Mais de setenta embarcações da classe Snipe participaram naquela série de regatas. Em primeiro lugar ficou a tripulação do espanhol Régio, em segundo lugar do italiano Rágio e em terceiro a nossa tripulação Sena Rodrigues/ Adriano Silva.
A dupla Orlando Sena Rodrigues/ Adriano Silva, em 1963 e em Brasília vence os segundos jogos Luso-Brasileiros.
No mesmo ano, em Bendor (França) classificaram-se em quarto lugar no Campeonato do Mundo de Snipe, sendo-lhes atribuída uma taça por ter sido a primeira tripulação da Europa.
Estava assim desbravado o caminho para a nova geração que despontava, Paulo Santos, Fernando Silva, Domingos Borralho, Casal da Veiga, Fernando Farinha, Orvil Russo, Eduardo Portugal, Humberto Berardinelli, Frederico Bagorro, Carlos Alberto (Cabo Verde).
No final do ano de 1963, o posto náutico da Mocidade Portuguesa de Luanda baptizou onze Snipes novos, dos quais três foram distribuídos para Moçâmedes e três para o Lobito, ficando cinco em Luanda.
Entretanto foi nomeado para Presidente do Conselho Provincial de Educação Física o prof. Daniel Leite, que muito apoiou a nossa modalidade.
4º capitulo
A vela, como a natação e o remo estavam dependentes da Associação Distrital de Desportos que não satisfazia os interesses destas modalidades. Assim Daniel Leite resolveu instituir uma Associação específica, cuja designação foi por consenso das três modalidades. Nasceu então a Associação Provincial dos Desportos Aquáticos com o privilégio de termos designado, por maioria dos velejadores um representante na comissão organizadora.
A esperança do Snipe ser uma classe olímpica, caiu por terra quando Portugal votou desfavoravelmente a sua admissão, contra todas as perspectivas, mas isso não esmoreceu a vontade de um dia termos velejadores olímpicos de Angola.
António Avelino adquiriu um Finn, classe olímpica, e pouco depois o Clube Desportivo Nun´Alvares mais três dessas embarcações.
No Campeonato Nacional realizado em Luanda da classe Finn, 1963, Luís Vasconcelos classifica-se em segundo lugar.
A expansão da vela em Luanda era notória, com o aumento de praticantes saídos não só do Centro de Vela da Mocidade Portuguesa, como dos clubes e da escola do Conselho Provincial de Educação Física, recém aberta e que lançou a classe Vaurien em Luanda.
Na classe Snipe tínhamos já o nosso lugar a nível mundial e queríamos e estávamos dispostos a lutar para atingirmos o patamar que todos os desportistas sonham, ou seja, estarmos presentes nos Jogos Olímpicos.
Uma frente com a classe Finn não bastava, por isso lançamo-nos também para a classe Flying Dutchamn.
A oportunidade chegou nos Jogos Olímpicos do México em 1968 e na classe F. D., com a presença da dupla Orlando Sena Rodrigues/ Adriano Silva.
Naquela época em Luanda e possivelmente também no resto País, pois os apoios estatais eram praticamente nulos, estávamos imbuídos da ideia que dizem ser de Pierre de Cobertin, mas que outros contestam, de que não interessavam os resultados, o que interessava era participar. Isso podia ter sido no passado, pois o que os nossos velejadores foram na realidade encontrar nos Jogos Olímpicos foi a transição da vela amadora para a vela profissional e uma forte aposta dos países nos resultados dos seus cidadãos.
Não vamos aqui explanar os cinco factores fundamentais para na vela se obter êxito. Mencionaremos somente um. Material. A embarcação que levaram tinha excesso de peso e já começava a estar deformada. O aparelho estava ultrapassado e não era nada o indicado para aquele campo de regata com enorme ondulação e vento médio. As velas já estavam gastas, com o balão deformado. Ainda adquiriram novas velas ao melhor fabricante na altura para aquela classe, mas como já não havia tempo solicitaram que enviasse as mesmas para o México. O fabricante cumpriu conforme provou pelos documentos que remeteu, só que as velas nunca foram entregues, até hoje.
Contudo, na sexta regata, iniciada praticamente sem ondulação e com pouco vento, terminaram a primeira bolina em primeiro lugar, com um avanço substancial do segundo, ao ponto deste facto ter sido mencionado em várias revistas da modalidade. Entretanto a arreliadora ondulação entrou, incompatível com o mastro que possuíam, mais o balão deformado que tinham, e foram assim descendo na classificação.
Éramos olímpicos com mérito pelos resultados obtidos por todos desde 1960, mas a nossa participação foi uma desilusão. Abrimos uma “picada” que precisava de ser para o futuro “terraplanada” e “alcatroada”. E isso só poderia ser com organização e trabalho.
Estava a ser gizado pela Associação Provincial dos Desportos Aquáticos um plano, que teria de ser apoiado por todos os clubes com embarcações olímpicas, para chegar-mos a obter êxito nos Jogos Olímpicos. Infelizmente não tivemos tempo de concretizar. O plano era ambicioso, difícil e com alguns custos, mas chegaríamos ao que pretendíamos. Ter sucesso. Tínhamos já apoios sem reservas do Conselho Provincial de Educação Física e do Grupo Desportivo dos Empregados do Banco de Angola.
Naquele ano 1968, a tripulação Paulo Santos/ Fernando Silva venceu o Campeonato Nacional de Snipes, organizado pelo Clube Naval de Lourenço Marques e também o Campeonato da Europa da mesma classe realizado em Izmir na Turquia.
5º capitulo
O ano 1969 foi um ponto alto da vela de Luanda. Realizamos o campeonato nacional, ganho por Paulo Santos/ Fernando Silva e realizamos o Campeonato do Mundo da Classe Snipe. O representante de Portugal como não podia deixar de ser foi Paulo Santos/ Fernando Silva.
Mais uma vez o facto de nos encontrarmos isolados dos grandes centros internacionais da modalidade foi predominante para não termos ganho o campeonato do mundo. Paulo Santos/ Fernando Silva foram surpreendidos pela utilização de um pau do spinnaker mais comprido na mareação ao largo. Ainda mandaram fazer um, mas não se adaptaram ao sistema. Era sem dúvida a tripulação que mais andava à bolina, mas fraquejava ao largo. Mesmo assim classificaram-se em terceiro lugar, depois dos E.U.A. e do Brasil.
Não podemos deixar de mencionar a organização deste Campeonato Mundial por nós realizado e que foi elogiado pela SCIRA como o melhor de todos os que se efectuaram até aquela data, tanto no plano técnico como social.
A expansão da vela ligeira em Luanda era uma realidade, com regatas não só em Snipe, Finn e F.D., como também em Vaurien e em Most que tínhamos também introduzido. Estas duas classes mais viradas para o ensino. Pena era que este exemplo não fosse seguido pelas outras cidades de Angola à beira mar, com excepção de Moçamedes, mas com uma actividade pouco expressiva.
Em 1970 a dupla Paulo Santos/ Fernando Silva, Campeões nacionais em Tróia (Setúbal) vence pela segunda vez o Campeonato da Europa de Snipe disputado em Moscenicka Draga na Jugoslávia. Neste campeonato, participou também outra tripulação de Luanda, Domingos Borralho/ Casal da Veiga, que tinha ficado em segundo lugar no campeonato Nacional, obtendo neste primeiro contacto internacional o sexto lugar. A deslocação de Lisboa para a Jusgolávia foi feita por estrada numa viatura. Os barcos transportados num atrelado duplo que veio a ter problemas. Quem remediou a situação foi um Francês “retornado da Argélia”. De notar que na altura nenhum elemento das equipas tinha qualquer experiencia em deslocação por terra nestas condições.
Os feitos de Paulo Santos/Fernando Silva foram agraciados pelo Ministério da Marinha da República Portuguesa, por Portaria nos termos do Decreto de 11 de Junho de 1969, com a “medalha naval de Vasco da Gama”.
Esta condecoração já tinha sido igualmente atribuída a Orlando Sena Rodrigues, em 8 de Julho de 1969.
A baia de Luanda em 1971 é palco de mais um evento de perspectivas muito ambiciosas o Campeonato Nacional de Flying Dutchamn. Tratava-se de uma classe Olímpica conhecida na altura como o puro-sangue da vela.
Várias tripulações aderiram à classe, os casos de Orlando Sena Rodrigues, desta vez sem Adriano Silva, Luís Vasconcelos (com grande entusiasmo), Paulo Santos mantendo Fernando Silva, João Roquette, Jaime Baptista (o grande), e muitos outros.
Para uma classe com as características desta, juntar 7 barcos no primeiro campeonato Nacional realizado em Luanda, é demonstrativo do entusiasmo que todos os velejadores Angolanos encaravam esta classe, e neste caso como se tratava de uma classe Olímpica, o entusiasmo duplicou. Sagraram-se Campeões Nacionais Luís Vasconcelos e Estanislau Viana, Paulo Santos/ Fernando Silva ficaram em segundo lugar e Domingos Borralho/ Casal da Veiga, não aderentes à classe mas que à última hora participaram no campeonato obtiveram o terceiro lugar.
No Campeonato Nacional da classe Snipe de 1971 realizado em Lagos (Algarve) a tripulação Domingos Borralho/ Orvil Russo, ganham e representam Portugal no Campeonato Mundial realizado no Rio de Janeiro. Correm em barco fornecido pela organização, modelo novo que estava a ser lançado juntamente com mastros também novos. Os fabricantes dos barcos não foram felizes, já os mastros tiveram o seu tempo e na altura eram bons, principalmente com vento fraco a médio, mesmo assim a experiencia com o conjunto não foi satisfatória. A tripulação Portuguesa ficou em sexto lugar.
Em 1971 Domingos Borralho é escolhido para receber o prémio Demóstenes de Almeida que era destinado a galardoar o “Melhor atleta do Ano” em Angola.
6º capitulo
O alargar ainda mais os horizontes do desporto da vela em Luanda surgiu em 1973, com a participação na regata oceânica Cidade no Cabo (Africa do Sul) / Rio de Janeiro. A tripulação era capitaneada por Batista da Costa e com velejadores recrutados à vela ligeira, os casos dos Mirandas, escuro e claro (ainda hoje assim são conhecidos).
A partir de 1974 a terceira geração geração no seu apogeu, parte da segunda e a quarta geração que estava a despontar, desmembrou-se entre Portugal, Brasil e Angola. Isso não foi o final da história, mas sim a sua expansão por três Continentes.
Borralho
Paulo
Velejadores de Angola
Entre 1987 e 1988, Adriano Silva escreve e a Direcção Geral dos Desportos de Portugal publica, dois livros com os títulos “Manual de Iniciação à vela” e “Breves Apontamentos Sobre Vela” que são adoptados em algumas escolas de vela. Foi a transmissão aos jovens iniciados dos conhecimentos adquiridos pela prática e estudo da modalidade, que a competição acérrima existente em Luanda obrigava.
Em 1988, já a residirem definitivamente em Portugal, a dupla Orlando Sena Rodrigues e Adriano Silva voltam a juntar-se para disputar o primeiro Campeonato Nacional de Masters da Classe Snipe, que ganham.
Paulo Sena Rodrigues da 4ª geração que se fixou em Portugal, em 1990 e 1991 ganha os Campeonatos Nacionais de “Star”. Em 1995 vence também o Campeonato Nacional, desta vez da Classe “Snipe”.
A Câmara Municipal de Faro em 2011 deliberou atribuir a uma Rua da Cidade o nome de Orlando Sena Rodrigues, pela sua prática constante da modalidade de vela durante mais de trinta anos, tendo sido por seis vezes consecutivas Campeão Nacional da Classe Snipe, figura respeitável da vela nacional e internacional e possuidor de um palmarés invejável de prémios.
<< Home