Alguns momentos a recordar sobre os velejadores Angolanos
Para fazer o Zom de qualquer foto click em cima da mesma.
O Espírito de amor ao mar e a Angola, sempre esteve no pensamento, e coração daqueles que por diversos motivos navegaram, ou voaram para o estrangeiros com a sua família, para sulcar mar estranhos na sua vida, uns conseguiram voltar a aportar á nossa querida baía, outros lá vão de vez enquando, outros jamais voltaram, o mar da vida para eles terminou.
Manuel Mendes hoje se encontra em Cape Town continua ligado ao mar profissionalmente. Dirige uma escola de vela e de ensino de construção naval para jovens menos favorecidos pela sorte. Fez parte da organização do Shosoloza no América Cup em Barcelona. Por diversas vezes fez parte da direcção do Royal Yacht Clube. Lanchou a classe J22 Neste país e continua todos os anos organizando a regata do dia de Portugal. É Irmão da Costa (Faz Parte da sua fundação na África do Sul) Depois de 1975 navegou pelo Mediterrâneo e transportou barcos para as Caraíbas. Voltou a África algum tempo pela Cidade do Ouro e depois voltou para junto do seu querido mar. Em 1988 saltou nas primeiras paginas dos jornas Sul Africanos pela sua determinação de trazer no pequeno iate TIMABEL de 28 foots uma oferta da comunidade Portuguesa para ser instalada na caravela Boa Esperança. Caravela essa que se encontra em Mossel Bay a onde o nosso Bartolomeu Dias tocou terra pela primeira vez depois de passar o Cabo das Tormentas. Aqui está a sua historia por mim contada.
João Costa.
CV
No ano de 1987 fui convidado pelo Comandante Emílio de Sousa para fazer parte da tripulação que levaria a caravela Boa Esperança de Portugal para Mossel Bay na África do Sul. Oceano Indico) a onde se encontra no museu náutico que relembra este grande acontecimento da historia dos Portugueses 500 anos depois da passagem do Cabo das Tormentas por Bartolomeu Dias.
Infelizmente por motivos de serviço os meus empregadores só me davam 15 dias de férias o que realmente não dava para este longo período que se necessitava, entre muitas cartas e pedidos feitos nada se conseguiu.
Mas um marinheiro não desiste facilmente em colaborar nestas andanças ainda por cima como refugiado de guerra na África do Sul, e a onde um numero de cerca de 900.000 Portugueses números das (autoridades Portuguesas por esta altura) tentavam a todo o custo marcar presença de destaque para sobreviver.
Tinha que colaborar assim como toda a comunidade Portuguesa naquilo que nós achámos ser ponto de honra.
Se arranjou dinheiro, Tripulação e entre esta tão vasta organização não faltou a cereja no tope do bolo.
Era necessário que nós Portugueses, no exílio não nos esquecermos do povo que nos recolheu. Nos deu comida, escolas e bandeira. Não a todos mas sem duvida que há maioria de nós.
A Ideia surgiu um bocado de madeira cortada das matas de Mossel Bay e dela ser feita o leme e a cana de leme, viria por mar até Portugal para ser montada na caravela “Boa Esperança”, mostrando assim o nosso desejo de mostrar aquele povo que também sabemos com este gesto reconhecer aquilo que eles representam para nós.
Um gesto desta simbólica demonstração ficaria fora de sensibilidade náutica se esta peça viesse para Portugal num meio de transporte que não representasse a maneira da alma do povo que recolheram. O nosso povo.
Por isso o Mar foi a decisão.
Um pequeno barco um só Português, o leme seria assim transportado para esta terra de marinheiros Portugal.
Aqui entra em cena o jovem Manuel Mendes como único tripulante, e o “Timabel” com os seus 8 metros e meio, mastro velas e um motor de um cilindro de 8 Hp e 20l de gasóleo para entrar ou sair dos portos .
Como meios de navegação um relógio um sextante, um compasso uma régua e umas quantas cartas do Atlântico Norte.
Assim iria percorrer 108 dias de mar.
Só com uma paragem em Walvis bay aonde está um padrão a norte de Swartkopmound.para ver o Padrão lá posto pelo Bartolomeu Dias
Na Véspera da sua largada, dia 7 de Novembro estando já o “Timabel” em Hout Bay sabendo eu mais um amigo de Angola que um dos nossos iria zarpar nestas condições nos apresentamos no porto, chamei pelo Manuel que andava louco aprontando o barco para a saída, Não me reconheceu logo pois nos tínhamos separado há 10 anos, ele tinha corrido mundo e depois foi parar a Jhb.
Ele ficou espetado no sítio como fulminado. Depois do abraço eu e o meu amigo também rádio amador entramos no Timabel conversamos 5 minutos com o Manuel, as lágrimas lhe afloraram aos olhos.
Me lembro de lhe dizer não vais só nesta aventura nós estaremos contigo.
Vai fazer um leme de vento de qualquer coisa pois não vais poder manter o leme amarrado para fazer comida, És homem para o fazer. O fez nessa tarde.
Eu e o meu amigo Fernando Oliveira fomos ao meu carro e tiramos da mala do meu Toyota um Tranceptor de amador e uma antena vertical.
Em menos de 2 horas o “Timabel” sintonizou pelas minhas mãos um Rádio operador em 14.253 SSB o velho Belém que também tinha sido refugiado de guerra de Angola já estava em Portugal há cerca de 2 anos.
Falamos lhe contei a historia do SK4LAB que era o indicativo feito a pressão para o Manuel se identificar.
O Manuel não mais esteve só , o falecido Belém cumpriu a sua parte da missão da Grande Cana de Leme no seu suporte via rádio até Lisboa a onde o navio da marinha de guerra “Save” o foi esperar à entrada da barra do Tejo e lhe ofereceram um bife..
Esta modesta apresentação têm por objectivo lembrar, ou dar ao conhecimento de mais este feito por um Irmão da Costa. Por um Angolano, por Um Português também desenraizado.
Irmão da Costa Manuel Mendes, convivemos por mais de 20 anos depois disto na cidade do Cabo.
Continuas nos teus projectos de ensinares os novos Sul-Africanos as coisas do mar sem interesses tens feito muito pela vela da África do Sul como dirigente do RCYC e não só.
Eu já me retirei te agradeço as palavras que muitas vez me alimentaram para também seguir o dever de ensinar e organizar.
É um dever e uma honra de ter feito esta modesta apresentação da tua pessoa com tanto amor ao mar.
João Costa
CV
Manuel Mendes hoje se encontra em Cape Town continua ligado ao mar profissionalmente. Dirige uma escola de vela e de ensino de construção naval para jovens menos favorecidos pela sorte. Fez parte da organização do Shosoloza no América Cup em Barcelona. Por diversas vezes fez parte da direcção do Royal Yacht Clube. Lanchou a classe J22 Neste país e continua todos os anos organizando a regata do dia de Portugal. É Irmão da Costa (Faz Parte da sua fundação na África do Sul) Depois de 1975 navegou pelo Mediterrâneo e transportou barcos para as Caraíbas. Voltou a África algum tempo pela Cidade do Ouro e depois voltou para junto do seu querido mar. Em 1988 saltou nas primeiras paginas dos jornas Sul Africanos pela sua determinação de trazer no pequeno iate TIMABEL de 28 foots uma oferta da comunidade Portuguesa para ser instalada na caravela Boa Esperança. Caravela essa que se encontra em Mossel Bay a onde o nosso Bartolomeu Dias tocou terra pela primeira vez depois de passar o Cabo das Tormentas. Aqui está a sua historia por mim contada.
João Costa.
CV
No ano de 1987 fui convidado pelo Comandante Emílio de Sousa para fazer parte da tripulação que levaria a caravela Boa Esperança de Portugal para Mossel Bay na África do Sul. Oceano Indico) a onde se encontra no museu náutico que relembra este grande acontecimento da historia dos Portugueses 500 anos depois da passagem do Cabo das Tormentas por Bartolomeu Dias.
Infelizmente por motivos de serviço os meus empregadores só me davam 15 dias de férias o que realmente não dava para este longo período que se necessitava, entre muitas cartas e pedidos feitos nada se conseguiu.
Mas um marinheiro não desiste facilmente em colaborar nestas andanças ainda por cima como refugiado de guerra na África do Sul, e a onde um numero de cerca de 900.000 Portugueses números das (autoridades Portuguesas por esta altura) tentavam a todo o custo marcar presença de destaque para sobreviver.
Tinha que colaborar assim como toda a comunidade Portuguesa naquilo que nós achámos ser ponto de honra.
Se arranjou dinheiro, Tripulação e entre esta tão vasta organização não faltou a cereja no tope do bolo.
Era necessário que nós Portugueses, no exílio não nos esquecermos do povo que nos recolheu. Nos deu comida, escolas e bandeira. Não a todos mas sem duvida que há maioria de nós.
A Ideia surgiu um bocado de madeira cortada das matas de Mossel Bay e dela ser feita o leme e a cana de leme, viria por mar até Portugal para ser montada na caravela “Boa Esperança”, mostrando assim o nosso desejo de mostrar aquele povo que também sabemos com este gesto reconhecer aquilo que eles representam para nós.
Um gesto desta simbólica demonstração ficaria fora de sensibilidade náutica se esta peça viesse para Portugal num meio de transporte que não representasse a maneira da alma do povo que recolheram. O nosso povo.
Por isso o Mar foi a decisão.
Um pequeno barco um só Português, o leme seria assim transportado para esta terra de marinheiros Portugal.
Aqui entra em cena o jovem Manuel Mendes como único tripulante, e o “Timabel” com os seus 8 metros e meio, mastro velas e um motor de um cilindro de 8 Hp e 20l de gasóleo para entrar ou sair dos portos .
Como meios de navegação um relógio um sextante, um compasso uma régua e umas quantas cartas do Atlântico Norte.
Assim iria percorrer 108 dias de mar.
Só com uma paragem em Walvis bay aonde está um padrão a norte de Swartkopmound.para ver o Padrão lá posto pelo Bartolomeu Dias
Na Véspera da sua largada, dia 7 de Novembro estando já o “Timabel” em Hout Bay sabendo eu mais um amigo de Angola que um dos nossos iria zarpar nestas condições nos apresentamos no porto, chamei pelo Manuel que andava louco aprontando o barco para a saída, Não me reconheceu logo pois nos tínhamos separado há 10 anos, ele tinha corrido mundo e depois foi parar a Jhb.
Ele ficou espetado no sítio como fulminado. Depois do abraço eu e o meu amigo também rádio amador entramos no Timabel conversamos 5 minutos com o Manuel, as lágrimas lhe afloraram aos olhos.
Me lembro de lhe dizer não vais só nesta aventura nós estaremos contigo.
Vai fazer um leme de vento de qualquer coisa pois não vais poder manter o leme amarrado para fazer comida, És homem para o fazer. O fez nessa tarde.
Eu e o meu amigo Fernando Oliveira fomos ao meu carro e tiramos da mala do meu Toyota um Tranceptor de amador e uma antena vertical.
Em menos de 2 horas o “Timabel” sintonizou pelas minhas mãos um Rádio operador em 14.253 SSB o velho Belém que também tinha sido refugiado de guerra de Angola já estava em Portugal há cerca de 2 anos.
Falamos lhe contei a historia do SK4LAB que era o indicativo feito a pressão para o Manuel se identificar.
O Manuel não mais esteve só , o falecido Belém cumpriu a sua parte da missão da Grande Cana de Leme no seu suporte via rádio até Lisboa a onde o navio da marinha de guerra “Save” o foi esperar à entrada da barra do Tejo e lhe ofereceram um bife..
Esta modesta apresentação têm por objectivo lembrar, ou dar ao conhecimento de mais este feito por um Irmão da Costa. Por um Angolano, por Um Português também desenraizado.
Irmão da Costa Manuel Mendes, convivemos por mais de 20 anos depois disto na cidade do Cabo.
Continuas nos teus projectos de ensinares os novos Sul-Africanos as coisas do mar sem interesses tens feito muito pela vela da África do Sul como dirigente do RCYC e não só.
Eu já me retirei te agradeço as palavras que muitas vez me alimentaram para também seguir o dever de ensinar e organizar.
É um dever e uma honra de ter feito esta modesta apresentação da tua pessoa com tanto amor ao mar.
João Costa
CV
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