Wednesday, December 22, 2010

Eles também sonham com o mar mas não tem poder de decisão










Existem frases que sem duvida nos entram pelos ouvidos e se mantém para sempre.
Passo a citar algumas delas.

O Ti Zé costumava dizer a titulo de pergunta quando nós içávamos as velas e as adriças não corriam no tope dos mastros.
Porque é que o porco nunca foi marinheiro? Claro que ao principio nós nada dizíamos, pois a sua explicação era bombástica , É porque o Porco não olha para cima?. Seu nabo.
Uma outra era o que era um marinheiro sem canivete? Bem essa eu não explico deixo para o Rui Sancho a resposta lá na democrática “Varandinha”.

Lendo a velha cartilha de marinheiro amador, também me encontro com verdadeiras aberrações que sem dúvidas nós já as ultrapassamos. Diz assim .

Ter a carta de marinheiro equivale a um titulo equivalente a uma alta e respeitável profissão. Realmente saber fazer todos aqueles nós, costuras, e saber toda a engrenagem de um barco correspondia a um certificado muito difícil. E então saber navegar com um relógio e um aparelho para pesar o Sol ou as estrelas era de um Sr. Comandante.

Saber fundear um barco ou uma bóia ou até uma marina a preceito ainda hoje é obra de pessoas com tino náutico e não para meros marinheiros feitos á pressa numa rodada no clube a que pertence e depois de uns cobres está proclamado Capitão ( Quantos Ferros). Ler o livro (Capitão de Longo Curso) para mais explicações.

Fundear é ter a certeza de que não vai a garra ainda por cima no mar das (Patas). Na tranquila Ilha do Mussulo.

Fundear uma marina é a mesma coisa, se deve de deixar as amarras um pouco larga o suficiente para nas marés mais altas (Marés Vivas) não fazerem a marina de submarino embora não as deixar com 20 metros de amarra para elas se deslocar 20 metros na maré vazia e irem abalroar com a marina do outro clube ou até baterem em terra..

Também não se manda amarrar os barcos aproados ao vento do quadrante de incidência de ventos fortes afim de servirem como reforço das amarrações das marinas ( Os barcos podem ficar fininhos) por serem esticados com a pressão. Os barcos são brinquedos caros e não devem de ser manobrados ou regidos por pessoal menos preparados para estas coisas do mar.

Uma marina deve de ter pessoal a altura daquilo que se pretende para realmente ser um paraíso para os donos das embarcações e não um pesadelo para o seu hoby.


Devem de ter as coisas mínimas para qual eles pagam, tais como.
Electricidade, Agua. E recolha de lixo todos os dias. Em algumas com telefone e TV nos seus “Finger” devem de estar operacionais não falando já nas novas que até tem acesso á internet.

Este pessoal deve de ser treinado nas coisas do mar, devem de saber amarrar barcos em emergencia. Devem de saber que não se entra a bordo destes brinquedos muitos caros como quem anda pela rua.

São propriedade privada e só pessoal autorizado pelo proprietário deve de pisar o seu convés, não servindo a desculpa de que se está a reparar a marina para alguns empregados de qualquer companhia invadirem o mesmo sem ou menos se descalçarem.

Um Clube tem que ter uma organização de logística no que concerne a uma boa rampa e a um decente guincho.


Deve de ser operado por pessoal dedicado e com amor a sua profissão, o seu “Atrelado” deve de estar sempre em boas condições e administrado de maneira que esteja o mais livre possível para poder servir todos os sócios do clube no mais curto espaço de tempo .


Pintar um fundo de um barco médio não é mais do que 3 dias. Grandes reparações que demora semanas o dono deve de o tirar de cima do berço pois ele é propriedade de todos os sócios e está destinado a todos servir.

O Bom senso é o factor que deve de estar na organização desta pequenas coisas que a todos afecta, e se lembrem de que este desporto e considerado de pessoas chamadas “Gentleman” não é de carroceiros.

Ti Zé dizia de que um velejador tem 2 personalidades.
1) Se for condecorado pela Rainha com o Titulo de SIR ele se apresenta como tal na sua recepção.
2) Se depois da condecoração ainda com a medalha ao peito deixa o Palácio e entra no bar a onde encontra a sua tripulação em apuros á pancada ele nem a medalha tira pois se atira de cabeça para a contenda.

Este palavreado todo vem a propósito de eu nunca vos ter dito de que estou a vontade para falar sobre este assunto pelo seguintes casos.


Mandei fazer e embarquei o FERRARI para o meu clube a partir da África do Sul salvo erro por preço irrisório a pedido do Rui Sancho e o Nico Pereira de Almeida organizou a titulo grátis o seu transporte para esta cidade, nesta altura ainda alguns de nós não sabiam navegar ou sonhar com o mar.

Sei nadar.
Fui campeão de Ralis da classe Karts nesta terra no ano de 1970.
Creio que estou a vontade para fazer esta directa mas verdadeira reflexão.

CV