Navegacao e conforto num iate do seculo XXI
Ora bem.
Se o termo de "Cabeças velhas em ombros novos " da certo ai vai.
Como alguns dos meus amigos, já começaram a navegar há mais de 50 anos, e continuam a fazer deste adorável passatempo quase uma rotina, embora, por vezes o tempo de liberdade não de para grandes passagem marítimas, mas se me permitem ,vos quero passar ou relembrar algumas das maravilhas do conforto ou se preferirem.. SEGURANÇA no Mar.
Muitas vezes tenho pensado em 2 ou 3 questões que, por vezes me perturbam o pensamento, principalmente quando no período das noites chamado de ( quarto) , me encontro sozinho, levando toda a responsabilidade não só pela minha tripulação, como a do barco, e ate por poder por em perigo outros que também no mar andam, não só por prazer , mas também aqueles que fazem deste local o seu modo de vida. Os pensamentos são os seguintes.
Ser velejador de Alto Mar será ser aventureiro....? Maluco?? Talvez suicida..? Vou tentar responder, analisando sobre o meu ponto de vista a estas questões a "Fragatista" pois me sinto mais a vontade, escrevendo para o povo .
Aqueles que há centenas de anos por acidente eram apanhados por ventos, e correntes, arrastados para o mar desconhecido e sem saberem como, aportaram no continente Americano, ou ate os Vikings que chegaram eu sei la a onde.
Claro que não menciono os da da Penisula Ibérica, ou os Genoveses esses já sabiam para onde queriam ir, não vou mencionar os Árabes, ou os Chineses, isso de certeza que daria uma grande polémica.
Os pioneiros só tinham contra eles as TEMPESTADES, ROCHAS, CORRENTES, FOME, SEDE,VENTOS e aquilo que hoje se chama CAGUFA, pois não sabiam ao certo por aonde andavam, e para voltar para o fim de semana a terra, se viam muito atrapalhados.
No incassavel desejo de aprender para sobreviver nestas andanças, foram estudando, aperfeiçoando e dominando aos poucos os elementos da natureza, descobriram as melhores épocas para navegar mediante o destino da rota a tomar, para fazerem com certa segurança as ligacoes entres portos perto de casa, ou atravessar os oceanos para ligar continentes. Assim as tempestades quase se conseguiram evitar
Também se descobriu os chamados "Trades Winds" as Altas e Baixas pressões dos Oceanos, a maneira das contornar, os baixios e rochedos espalhados por todo o mundo . Estes foram baptizados e assinalados em cartas marítimas, e ate ultimamente o "Monte Vima" aqui bem perto da Costa do Sul de África.
As correntes,do Canal de Moçambique, a de Benguela e outras tantas mais.
A fome também se ultrapassou com umas barricas de conservas, e os dentes se começaram a agarrar as gengivas com mais facilidade comendo uns limoes. A sede com uns litros de Gin e agua tónica.
Para se saber por onde se andava os árabes deram uma ajuda com uns pedaços de fio preso nos dentes, que se chama Kamal . Mais tardes os nossos antanhos inventaram ou aperfeiçoaram os Astrolábios. Passado mais alguns anos alguém começou a usar os Sextantes ( Compassos isso era coisa muito antiga desde umas pedras magnéticas, ate a umas pontas de ferro magnetizado preso por uma linha servia para indicar o Norte) .
Os Rochedos e Cabos mais importantes lhe meteram farol em cima e assim com relativa segurança já se navegava mais ou menos.
Talvez ate com menos perigos do que hoje, pois era só a controlar os elementos acima referidos.
Hoje a historia sobre isto e bastante diferente, mas os humanos também continuaram a aprender, e a fazerem equipamentos que sem duvidas sem eles seria hoje quase impensável se fazerem passagem em barcos tão pequenos com tripulacoes por vezes só de 1 pessoa ( Navegadores solitários).
Na minha recente passagem entre a Cidade do Cabo (Sim o das Tormentas o tal que metia a chamada Cagufa nos nossos antepassados) e Luanda , só me lembro de rebentar uma adrica do balão, e nada mais.
Ligamos os aparelhos aqui na Baía de Saldanha e se desligaram em Luanda. Só se tinha que vigiar o nível dos tanques de gasóleo, as pressões dos olios e as temperaturas dos motores, olhar para o Radar. GPS plotter colorido, contactar os barcos no canal 16 que se cruzavam no nosso rumo, para ter a certeza de que nao nos davam uma cacetada, (E foram bastantes barcos) carregar as bebidas nas 2 geleiras eléctricas, vigiar o rumo do auto-piloto, contactar via SSB os Rádios Amadores que confirmavam a meteorologia que nos já levávamos para 8 dias tirada na Internet que sempre esteve certa ate ao Namibe, mandar e receber mensagens das nossas famílias, ( Não utilizamos a chave de Morse HI HI) na certeza de que elas receberiam passado alguns minutos, via email a nossa posição, e outras coisas de máxima importância que nos fazia sentir seguros. , pescar, comer, tomar banho, ouvir musica, ver vídeos,.
Sim os aparelhos valeram por muitos tripulantes, e eu poderia pensar que de malucos nos nem tínhamos um só pelo.
Vamos analisar.
Os satélites nos informavam cada 2 segundos a nossa posição exacta, num ecran com 300x600 (Kinga So) Plotter, velocidade, distancia de terra, ou ate qualquer ponto da nossa rota, o ETA para qualquer porto no percurso da nossa viagem, a distancia já navegada, horas certas ao segundo Não foi preciso SEXTANTE, nem cronometro ou as tabelas de declinação solar, nem a incerteza de uma rota de estimativa, Não precisamos de contar faróis, a maioria não esta a funcionar. Só tomávamos o ponto do meio dia, e marcávamos na carta de navegação, copiando da GPS.
A Sonda de eco nos dava a profundidade constante. Não era preciso ir cantando a proa as medidas com um cabo de sonda manual com cera enfiada na cavidade do prumo para ver a natureza do fundo do mar.
Os aparelhos eram todos individuais, se algum falhasse, ao chamar terra reportaríamos (Ex estamos sem soda) nunca informaríamos (Ex estamos sem equipamentos de navegacao).
E uma grande diferencia, tudo separadinho, e também tínhamos a bordo mais 2 GPS portáteis e baterias para as alimentar que dariam para dar 2 voltas ao planeta
Claro no caso de alguém desligar os satélites teríamos que começar a navegação por estimativa, mas como tínhamos sempre presente a ultima marcação na carta, e sabíamos o rumo que levamos, mais a velocidade, não seria muito difícil acertar mais ou menos a (Antiga) a nossa navegação.
Devido ao Radar não era preciso ir ate junto da Costa para se identificar com a ajuda do "Musiqueiro" se já nos encontrávamos no enfiamento do Walvis Bay.
O Alarme do radar a guardar 5.5 milhas a nossa volta funcionava muito bem e a nossa segurança com os olhar mais ou menos atentos sem duvida que não me sentia "SUICIDA".
O Indicador de ângulo e velocidade do vento nos dava informacoes para reduzir o pano, para caçar ou abrir mais as velas .
O pequeno computador de informação, do estado das baterias nos informava com uma precisão constante, do regime de carga e descarga e percentagem de energia dentro das baterias, assim como quantas horas duraria esta energia acumulada, se nos nos mantinvessemos com o consumo corrente.
Como o "Kinga só" e um catamaran, pela primeira vez no mar comi sentado a uma mesa aonde os copos, pratos e talheres não era preciso segurar com as mãos pois eles nem se mexiam.
Quartos de guarda eram feitos dentro do salão que tem vista a toda a volta, e só se vinha espreitar de 30 a 30 minutos cá fora ou se algum eco no radar era apanhado, então se passava para fora, e se mantinha este estado ate ter a certeza de que a situação estava completamente controlada.
Nada de botas ou de casacos a prova de agua, enfim sem duvida que o conforto e segurança eram satisfatórios.
Para as horas de pensamentos solitários nestas noites maravilhosas, o saber de que se alguma coisa de mal acontece-se passando toda as normas de segurança, teríamos ainda ao nosso lado uma Balsa Salva vidas para 6 pessoas com agua e mantimentos.. Um EPIR de 2 frequência com o nosso indicativo e todas as informacoes telefónicas e que ao ser accionado 6 segundos depois todas as estacoes de salvamento saberiam disso e a África do Sul.. "Silver Mine" na cidade do Cabo, entraria em acção.
Bem me parece que só fico com uma certeza sobres os 3 itens dos meus pensamentos.. Sem duvida que e necessário ser um pouco aventureiro para estas coisas, e que se esta melhor em casa a ver TV, ou a enviar email aborrecendo todo o mundo...HI HI.
Nos faltava só 2 coisas novas que eu vos peco que vocês comecem a juntar dinheiro para as adquirir.
1) Um Sonar para detectar objectos flutuando perto da tona de agua ( Contentores navegam a cerca de 1 metro debaixo de agua.
2) Um emissor de radar (em emergências quando alguém vem para cima de nos) se liga este brinquedo e ele não só arranca com o alarme do outro barco como lhe da imediatamente a nossa posição e o indicativo do nosso barco .
E só utilizado normalmente nas balsas salva vidas muito caras.. ( O Calema) tem um abordo.
Bem como se pode dizer que estas coisas de mar e SEGURANÇA se alteraram bastante então agora com os binóculos de visão nocturna ate se pode ver .
a costa que junto navegamos por um canudo.
Bons ventos.
Quantos ferros??? TODOS.
CV
<< Home